Elas respondem por 54% do total de pessoas que desistiram de procurar trabalho
Apesar das mudanças culturais, o cenário do mercado de trabalho para as mulheres persiste. Elas continuam tendo menos oportunidades do que os homens. “É muito comum que, diante dessas situações, elas acabem optando por retornar ao lar para cuidar da casa e dos filhos”, explica Ana Paula Escorsin, psicoterapeuta e docente do curso de Gestão de Pessoas do Centro Universitário Internacional Uninter.
Além da opção financeira por corte de gastos, o fator cultural ainda representa um forte impedimento para a entrada da mulher no mercado de trabalho. “A empresa tende a pensar logo em faltas e baixa produtividade, mas não em ampliar sua carteira de benefícios com creche, flexibilidade de horário, entre outros benefícios para o funcionário”, pontua.
Outra forma de desmerecimento do trabalho das mulheres é demonstrada pelos salários. Também de acordo com o IBGE, entre 2012 e 2016 as mulheres ganhavam 75% do salário dos homens pela mesma função exercida (Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil). “É necessário melhorar a capacitação dos dirigentes para que compreendam que seus estabelecimentos são constituídos por pessoas e não apenas por máquinas”, defende Ana Paula.
Experiência
Mesmo com mais empecilhos na busca por emprego, em 14 anos o contingente de lares em que as mulheres tomam as principais decisões passou de 14,1 milhões (2001) para 28,9 milhões (2015), o que representa alta de 105%, segundo estudo coordenado pela Escola Nacional de Seguros.
“Para as mulheres que estão desempregadas, recomendo que persistam na procura de espaços de trabalho que valorizem seus currículos e enxerguem seu potencial a partir de suas experiências e competências”, incentiva a docente.
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