quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Desrespeito aos direitos humanos na redação do Enem pode reduzir pontuação no exame

Regra vale para trecho de intervenção para o problema abordado e vale 20% da nota final

Ontem, o ministro da Educação, Mendonça Filho, recomendou aos candidatos do Enem 2017 que, como "cautela", respeitem os direitos humanos na prova de redação. De acordo com ele, a intenção é a de "não por dúvida na cabeça do jovem, das pessoas que estão inscritas no exame". 
Para entender melhor, o TRF-1 anulou, na semana passada, um item do edital do Enem, que determinava aplicar nota zero na redação onde constasse desrespeito aos direitos humanos; todavia, o documento não altera a competência 5, que exige do candidato uma intervenção para o problema abordado (sem ferir os direitos humanos) e vale 20% da nota final.
Haverá cinco competências e cada uma irá receber de zero a 200 pontos, resultando na pontuação final mil. Até 2016, o desrespeito aos direitos humanos em qualquer trecho da redação equivalia à nota zero. Porém, após a decisão do Tribunal, a exigência fica restrita somente à proposta de intervenção do candidato. Ou seja, caso a redação contenha uma solução que desrespeite os direitos humanos, a nota máxima seria de 800 pontos.
Tal decisão assegura que o candidato que desrespeitar os direitos humanos na redação não terá a prova anulada automaticamente, mas sim, o exame será corrigido pela banca - o que significa que terá nota zerada em uma das cinco competências.

Pensamento e coerência
Para aqueles que têm dúvidas sobre a mudança, mas nem por isso desejam perder pontos na redação, devem evitar termos e ideias que firam os direitos humanos. Vale lembrar que argumentos que demonstrem deboche ou xingamentos certamente levarão zero. Saiba tudo na cartilha de redação do Enem, que pode ser baixada gratuitamente no link disponibilizado pelo Ministério.
Mendonça Filho garantiu que a linha de pensamento expressa pelos candidatos será respeitada, independente da vertente. "(...) Se por ventura alguém que tenha linha de pensamento de um lado ou de outro, será respeitado", afirmou.
Todavia, ele também salientou que ideias discriminatórias ou de desrespeito à dignidade humana serão refutadas. "Não dá para aceitar teses que defendam o Holocausto, discriminações de cor, raça e religião. Tem como conviver de forma harmônica com a liberdade de expressão de um lado, e de outro, o respeito aos direitos humanos", considerou.
O ministro reforçou a defesa à liberdade de pensamento, mas, sublinhou que "(...) a liberdade para escrever não vai ser um libelo para teorias que preguem o terrorismo, a eliminação de uma raça ou de uma crença religiosa(...)".

Reta final
O ministério também alertou que, a poucos dias do exame, cerca de um terço dos candidatos ainda não viu o local das provas. Para saber, basta acessar a página do participante do exame: https://enem.inep.gov.br/participante/#!/inicial.

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