quarta-feira, 11 de julho de 2018

Indústria 4.0 já é realidade e exigirá novas competências


Adaptação é essencial para manter competitividade e atender o nível de exigência dos consumidores

A Indústria 4.0 trata da incorporação de tecnologias cyber-físicas ao processo de manufatura, com o intuito de otimizar a produção, oferecendo produtos customizados aos clientes, com melhor qualidade, prazos de entrega menores e preços competitivos. A internet se destaca entre as tecnologias que possibilitaram essa evolução, já que permite melhor monitoramento e controle da planta industrial.

Segundo Rosanna Saldanha Silva, coordenadora dos cursos de Engenharia de Produção e Mecânica da Anhanguera de Indaiatuba, isso significa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais. “Todas as empresas, mesmos as pequenas e médias, precisam se adequar para atender às demandas. Serão essenciais investimentos em tecnologia, formação e adaptação da mão-de-obra, mudanças de paradigmas e cultura organizacional, e formação de uma visão holística”, destaca a especialista.

A tecnologia vai impactar, na geração de empregos. “Haverá descentralização do controle dos processos produtivos e o crescimento do uso de dispositivos inteligentes interconectados na cadeia produtiva, assim como na logística. Com a Indústria 4.0, os ambientes de manufatura se tornarão mais flexíveis e vão se ajustar à demanda por produtos customizados e exclusivos”, adianta a professora.

Multidisciplinar
Apesar de já fazer parte da rotina de muitas manufaturas, a nova tecnologia não é uma realidade próxima. "Todavia, ainda há poucas fábricas que são, de fato, inteligentes no país”, avalia Rosanna.

Para a especialista, é importante estar presente nessa revolução, que trará ainda outros impactos positivos. “Investimentos em tecnologias de informação e de automação podem colocar o Brasil entre os principais players entre os países com fábricas inteligentes.”

Quanto ao mercado de trabalho, especialmente para quem trabalha em linha de produção (chão de fábrica), deve se antecipar às mudanças. “As máquinas farão as atividades manuais e repetitivas, mas isso só irá aumentar, e os profissionais vão lidar com as tarefas que as máquinas não podem aprender, e que exigem abstração, pesquisa e desenvolvimento do conhecimento”, antecipa Rosanna.

“Com tudo isso, ainda serão criadas novas profissões e os trabalhadores da Indústria 4.0 vão precisar de uma formação multidisciplinar, que os ajude a compreender e trabalhar com uma grande variedade de tecnologias necessárias para a composição de uma fábrica inteligente", conclui a professora.

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