quarta-feira, 11 de abril de 2018

O custo real de se mudar de país

Divulgação (Daniel Toledo)
Antes de qualquer mudança é preciso entender o que é empreendedorismo, no sentido de criar algo

Diferente do que a esmagadora maioria pensa, a mudança de pais não é uma receita pronta, onde basta seguir adicionando alguns elementos para dar certo. E não existe um valor exato, e sim, necessário, porque um processo de imigração é traçado estrategicamente conforme as características de cada solicitante. Mas sim, é preciso ter uma reserva de dinheiro.

Vamos usar os Estados Unidos como exemplo. Se o requerente solicitar o visto EB-5, além dos US$500 mil, é preciso dispor de uma quantia para advogado e taxas administrativas, que varia em torno de US$50 mil. Contabilize também o aluguel e outras despesas até começar a trabalhar. Podemos chegar facilmente a casa dos US$600 mil.

Já o E2 e o L1, demandam em torno de 150 mil dólares. Se alguém disser um valor fechado, afirmando que são necessários exatos US$50 mil para se mudar, estará mentindo. Não existe um numero, porque o lugar escolhido pode ser mais caro ou barato, outro fator que impacta em todos os outros níveis. O tipo de negocio pode ser o mesmo, mas vistos e endereços comerciais diferentes originam números que mudam muito; por isso o certo é pensar de forma macro.

Essa é sempre a preocupação inicial e, todas às vezes eu corrijo: "pense no necessário, afinal, você não está diante de uma feira de barganha, e sim, de uma mudança de país e de vida, que envolvem novas atitudes onde comportamentos antigos devem ser repensados.

Será preciso também se adaptar a uma série de novas regras, aliado a um planejamento visando estruturar para preservar a família. Por isso, se deu aquela vontade de arrumar as malas, primeiro converse com as pessoas que você ama, fale sobre os seus planos e depois procure um especialista que possa oferecer todo o suporte necessário. Só ele vai te programar para enfrentar uma série de situações.

Pés no chão

O passo seguinte é traçar um plano de ação e cumpri-lo, de forma gradativa. Por ter melhores condições, há quem consiga pular algumas etapas, já outros irão precisar de mais tempo. Clientes relatam histórias de pessoas que entraram com visto de turismo e depois de um tempo arrumaram emprego, conseguiram abrir empresa e, por isso, obtiveram a permanência. Ou quem entrou com visto de estudante e "foi levando". Isso é querer acreditar demais em uma situação que fica agradável ao seu ouvido, mas que está longe do permitido.

Com base nos meus mais de 10 anos no mercado, posso afirmar que isso não dá certo. Quem está se organizando desta forma, convido a pensar antes na família e nos filhos. Sei que o Brasil está péssimo, sem expectativas de melhoras, mas pior será acordar com o DHS batendo na porta para prender todo mundo.

E se a ideia é ir para Portugal, então busque um profissional daquele país, que conheça o mercado e as leis. Ele vai orientar sobre valores, documentações e as devidas inscrições nos órgãos.

Mas, antes de qualquer mudança é preciso entender o que é empreendedorismo, no sentido de criar algo, do começo ao fim cuidando e revisando todos os detalhes. Em muitos casos, não temos as melhores opções ou cartas na mão! Mas com estratégia, orientação seguindo um planejamento de uma forma muito regrada, é possível ganhar o jogo.

O especialista
Daniel Toledo é advogado, sócio fundador da Loyalty Miami e consultor de negócios. Ele também possui um canal no youtube www.youtube.com/watch?v=VZJ6mFSNT9Q&list=RDVZJ6mFSNT9Q.

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